Nasce o sol e o galo canta sua alegre canção matutina. Luvas, garfos, espremedores de frutas, escorredores de arroz e outros inúmeros utensílios domésticos transformam-se em divertidos personagens rurais: a galinha, a vaca, o pato, o pavão, os porcos e outros animais desfilam cômicas situações. Flashes fotográficos retratam fortes relâmpagos, travesseiros manipulados fazem a dança das nuvens anunciando o temporal que fará brotar o encantado sítio dos objetos.
Solitário, o caipira só tem os animais de seu sítio como companheiros: o cavalo xucro que se recusa a puxar a carroça, o cão Tato que vive a saltar sobre o seu dono, os pássaros que comem as sementes, a lagarta que come a plantação. ao final de tantos duelos e emocionantes conflitos, homem e natureza vivem em harmonia.
FICHA TÉCNICA
Espetáculo: O Sítio dos Objetos
Duración: 45 minutos
Faixa etária recomendada: a partir de 03 anos
Técnica: Objetos com mecanismos
Solista: Mariza Basso
Concepção e pesquisa: Mariza Basso
Secretária e Costuras: Marcia Basso
Fotos: Su Stathopoulos
CRÍTICA
Melhores Dias Virão para Essa Infância Desprotegida
http://portalmacunaima.ning.com/forum/topics/melhores-dias-virao-para-essa-infancia-desprotegida
Jair Alves – dramaturgo e escritor
Não há dúvida de que Mariza Basso é uma das profissionais mais importantes da arte de animação. A prova está neste Sitio dos Objetos. Com recursos materiais de uso diário comum a qualquer cidadão, ela consegue construir um cenário que retrata a vida bucólica do campo. A pequena história que sustenta a peça é baseada no dia a dia de um simplório personagem rural que se relaciona com os animais como se os mesmos fizessem parte de sua família. A luta da Companhia Formas Animadas é o retrato do artista talentoso que ainda não teve a oportunidade necessária para expandir o horizonte de seu trabalho. O espetáculo não menospreza a inteligência do adulto e a sensibilidade da criança, contrastando com uma certa febre reinante na produção teatral nacional. Felizmente essa bobagem de se considerar acima de Deus e do Diabo teve manifestação pequena na Mostra, e com certeza terá um tratamento adequado.
http://www.zinecultural.com/blog/cultura/pagina-3
04 Set 2014
Publicado em Cultura as 17h30
Por Pádua Teixeira (BH) *
A companhia Mariza Basso Formas Animadas (Bauru | SP) trouxe para o Festival o poético “Sítio dos Objetos”. O fato de colocar em cena animais e plantas confeccionados com simples objetos, comuns em nosso dia a dia – como, por exemplo, espanador, funil, guarda-chuva, garfo – já é por si só um motivo que leva o público a gostar do espetáculo. Ponto alto também para a ambientação da história: um sítio nos cafundós de São Paulo, que poderia ser também em qualquer interior do Brasil.
Nos dias de hoje, a vida corrida da cidade grande nos deixa estressados e, por vezes, incapacitados de olhar, observar as coisas simples da vida, como o nascer do sol, o pôr do sol, a noite, as estrelas, a lua cheia… O espetáculo conta a história de um solitário homem do campo, construindo sua casa, plantando, criando galinhas, vacas, porcos. Enfim, retrata, de forma lúdica, a vida no campo. Passarinhos fazendo ninhos, a chuva que faz brotar a vida. Flashes de máquina fotográfica tornam-se relâmpagos, anunciando a chuva, o temporal. Um simples guarda-chuva, num maravilhoso sol. À noite, os pirilampos, ou vagalumes, enfeitam como pisca-pisca de árvore de natal a noite de lua cheia. A música alta não tira o brilho da trilha sonora, com preciosas melodias de Almir Sater, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal. No final do espetáculo, as crianças saem tendo aprendido a fabricar brinquedos saídos de sua imaginação. Também vale ressaltar o trabalho de corpo da atriz Mariza Basso. O que fica na memória é que a simples forma de viver é o mais importante.